Rita Rufles
Não sonhei com nada e de lá saiu Rita Rufles. 
Linda como uma carniça sendo devorada por vermes fluorescentes. De cabelo moicano e coturnos embarrados, coçava sua genitália depois da orgia da noite passada com três ratos dentro de uma lata de lixo. 
Nas manhãs que nunca amanhecem, alimentar-se é um putzzz... e agora? 
Olhos serenos. Boca carnuda e nariz vermelho, corpo e seios de uma adolescente que em vão procura por seu porrete: única companhia que lhe resta, pois sua aventura urbana é tão caótica quanto a metrópole que a engoliu, e agora quer vomitá-la. 
Com os braços furados e as veias abertas, Rita soluça, sua cabeça bate no céu. 
Cidade das agulhas, céus de concreto. 
Deus rato eu te amo.

Comments

Tânia Marques said…
a-d-o-r-e-i!!!! beijos
Tânia Marques said…
Posso levar para o desterritório?
Anonymous said…
Incrível!

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